“O dia começa e então as ruas se lotam. Os bares se enchem, os restaurantes rendem. É tudo muito rápido. Você acorda, respira fundo e quando vai ver já é de noite. Quando vai ver já se passou um dia, uma semana, um mês, um ano, vinte anos. Os anos se passam, o tempo voa e você fica ai, desejando que tudo sopre ao seu favor. De repente, você se dá conta que já terminou a faculdade e está precisando de um emprego. Encontra uma vaga no primeiro lugar que tenta e acha ótimo. Ganha um salário de merda, mas acha que é o melhor que vai conseguir. De repente, fecha os olhos e quando acorda já tem sessenta anos. Fica parado, não chora, não namora, não se casa, não tem filhos, não tenta. O tempo se esgotou, as estações já mudaram centenas de vezes. De repente você envelhece e não fez nada por ter medo de viver. De repente se dá conta que deveria ter se arriscado mais. Com a cabeça atormentada por se achar um total fracassado, vai dormir pensando que amanhã mudará. De repente, descobre que não existe um novo amanhã para você. De repente, você morre e ninguém vai em seu enterro, exceto velhas fofoqueiras que gostam de uma desgraça e um tumulo para chorar. De repente, poderia ter mudado o mundo de muita gente, mas ficou ai, parado por ter medo de incomodar.”

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