14 de fevereiro de 1942, foi quando conheci Elizabeth, o mundo estava um caos devido à segunda guerra mundial, e eu, como bom militar, estava escalado na lista de confronto contra os alemães. Era jovem, vinte anos e uma vida inteira pela frente, os pais dela não eram de acordo com o nosso relacionamento, mas hoje eu os entendo, eles não à queriam ver sofrer sabendo que eu levava uma vida arriscada por amor à pátria. Nos víamos escondidos todas as noites no galpão da cafeteria, o sorriso dela enchia minha alma, ela me perguntava se eu estaria disposto à insistir no nosso amor mesmo com o mundo inteiro conspirando contra nós, não tinha nada pra dar certo, além do nosso amor. Eu não à respondia, apenas à abraçava como se estivesse dizendo - Estou aqui. 14 de março, durante um dos confrontos, fui baleado no estomago e tive sorte de conseguir me arrastar pelo campo por duas longas e torturantes horas até encontrar a base. Eu só ignorava a dor, o rosto dela na minha mente anestesiava meus ferimentos, eu não tinha o direito de partir sem antes provar que a amava, a morte não é uma desculpa. A foto dela atrás do meu medalhão me lembrava que ainda não era minha hora, com uma força descomunal consegui retornar com vida. Hoje, 17 de janeiro de 2010, ela nos deixou aos 85 anos, e nesses 65 anos juntos, eu fui a pessoa mais feliz por conseguir provar que é possível amar alguém enquanto o mundo inteiro está contra nós, e não estou falando da guerra, porque ela também teve longas batalhas sem ter pego em uma arma, batalha contra a saudade, a angustia, solidão e o desespero. Ela foi a prova viva de que devemos ir contra o mundo, independente se ele esteja em guerra ou não.
Descanse em paz, Elizabeth.

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